Está na hora de reconhecermos que a luta por uma escola pública de qualidade passa também por lançarmos um olhar para o nosso interior, observando atentamente qual tem sido a nossa contribuição para alcançarmos esse objetivo, o que precisa ser mudado, em que podemos melhorar. Não podemos compactuar com o mau uso do dinheiro público, reivindicando que escolas praticamente vazias, permaneçam abertas apenas para nosso comodismo ou bem estar. É preciso reconhecermos que não dá para termos escolas com mais professores e funcionários do que alunos. Não dá para aceitarmos adolescentes sendo forçados a estudar no período noturno, quando há salas ociosas no período diurno! O período noturno deve ser uma opção para aqueles adolescentes que realmente tem necessidade de estudar nesse turno, por estarem trabalhando (atendendo a Lei da Aprendizagem e o ECA) ou por não haver vagas no período diurno. No mundo ideal, toda criança e adolescente deveria estar na escola no período diurno, dedicando-se apenas a sua formação, de forma saudável e produtiva. No Brasil ideal, nenhuma família deveria precisar que seu filho adolescente fosse para o mercado de trabalho antes de ter concluído a sua vida escolar. No entanto, ainda estamos longe de atingirmos esse "status", porém é preciso darmos o primeiro passo, garantirmos mais vagas no período diurno. Avaliarmos a real necessidade de mantermos abertas algumas turmas cuja demanda é ínfima, observando-se a possibilidade de remanejar esses alunos para outro turno ou outra escola próxima. Esse é o objetivo da SEED, ofertar o EM noturno onde realmente seja necessário e tenha procura. Neste momento, ao encerrarem as matrículas, algumas escolas não tiveram procura, então, os poucos alunos que manifestaram interesse nessas instituições, foram remanejados para outras escolas ou incluídos em lista de espera para, caso haja demanda futuramente, essa turma seja reaberta. Não há motivo para que a comunidade se preocupe. O direito à educação é garantido por LEI, inclusive a proposta de abertura de novas turmas de EJA de monstra isso. Nós professores e trabalhadores da educação precisamos entender que somos guardiões do ECA, e, consequentemente, precisamos garantir o cumprimento da Lei da Aprendizagem, não podemos ter como argumento que o aluno adolescente trabalha o dia todo na informalidade e precisa estudar à noite por isso, nosso dever é proteger e garantir condições adequadas para que o aluno realmente aprenda.